Resumo
A trajetória profissional da categoria deslocou-se do interior da comunidade surda para espaços sociais e comunitários em que os surdos estão presentes. O decurso da comunidade surda em busca do reconhecimento e valorização da língua e cultura alcançou a certificação do status linguístico da Libras e em consequência instrumentos legais conduziram as políticas públicas em benefício dos surdos e do tradutor, intérprete e do guia-intérprete (TILSP). As políticas públicas oportunizaram a estes profissionais a formação, o reconhecimento legal da profissão, como também a gênese da coletividade trabalhista. A organização associativa dos TILS teve início nos anos 2000 com o propósito de valorizar e reconhecer o ofício tradutório e interpretativo de língua de sinais
no Brasil. Como representante máxima das associações a Febrapils implementou políticas tradutórias delineando a profissionalização e o engajamento político do coletivo de TILS. Este trabalho de cunho qualitativo analisou no período de 2014 a 2020 as seguintes políticas empreendidas pela federação: Código de Conduta e Ética, Lista de Referência de Honorários, Nota Técnica No 01/ 2017 – A Atuação do Tradutor, Intérprete e Guia-
Intérprete de Libras e Língua Portuguesa em Materiais Audiovisuais Televisivos e Virtuais, Nota Técnica No 02/ 2017 – Nota Técnica sobre a contratação do serviço de Interpretação de Libras/Português e Profissionais Intérpretes de Libras/Português – Revezamento e Trabalho em Equipe e a Nota Técnica No 04 /2020 – Nota Técnica sobre Interpretação Simultânea Remota para Língua Brasileira De Sinais e o texto propositivo para alteração na Lei 12.319/2010 que culminou no Projeto de Lei No 9.382/2017. O estudo demonstra progresso dos TILS como classe profissional quanto ao entendimento sobre os serviços prestados, à qualificação necessária, valorização da profissão, mas, sincronicamente ao progresso, ocorre o desconhecimento quanto à competência tradutória e posturas éticas relacionadas aos colegas de profissão e à comunidade surda.