A TRADUÇÃO CULTURAL NOS CURRÍCULOS DOS CURSOS DE FORMAÇÃO DE TRADUTORES E INTÉRPRETES LIBRAS-PORTUGUÊS:
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Palavras-chave

tradutor e intérprete
cultura surda
currículo

Resumo

Ao traçarmos leituras em derredor dos Estudos da Tradução e dos Estudos Surdos suscitando que ambos se entrelaçam ao se aproximarem de questões inerentes a traduções e interpretações interculturais, abrindo um diálogo com os Estudos Culturais trazendo a tradução cultural como um dos pilares a serem edificados na base teórica dessa investigação apresenta Bhabha (1998) que compreende a tradução cultural como exercício de corroboração, consonância e criatividade cultural. Para o autor a cultura é uma composição híbrida concentrada na sentença tradução cultural, onde as diferenças e as divergências não têm solução. Entre-lugar e entre-tempo (espaços afastados, difundidos) onde a tradução expõe o caráter diversificado e conflituoso dos sentidos, tal como a inauguração, o hibridismo e o vigor produzido pelos jogos de poder, pela alteridade e pela diferença. A ação da cultura surda está norteada também para a formação dos tradutores e intérpretes, para sua atuação cultural e coletiva. Em grau epistêmico a forma de pensar a cultura surda, as interposições culturais, as combinações em torno das modalidades interpretativas são inquirições inerentes à formação desses profissionais que devem compor a grade curricular dos cursos de graduação. Perlin (2006). Ao refletirmos sobre o currículo como instrumento que constrói sentidos, seja espaço de princípios e diferença que tenha o objetivo de instituir uma educação que reconheça e garanta a equidade, os cursos que formam esses profissionais devem contemplar conteúdos que abarquem o que é estranho aos olhos do futuro tradutor intérprete. Valores e normas da cultura surda vivenciados no bojo, na essência dessa cultura. Um estudo de caráter qualitativo realizada com professores surdos de instituições de ensino superior indica que a tradução cultural não é exclusivamente adequação de particularidades de determinada cultura, é um meio de consentimento deauto-avaliação de significados, referências, valores e normas, apartando-se do que é usual e natural que se aproxima do que é estranho e diferente. Por essa razão, toda atividade tradutória oportuniza hesitação, adversidade, divergência, ajustes, descortinando a imprecisão do processo de tradução. Ao atentarmos a língua na perspectiva cultural, alcançamos uma compreensão precisa da língua. Bassnett (2005) esclarece que a língua é o ponto central da cultura, e é a partir do trato entre as duas que há a possibilidade da continuidade de uma ação substancial.

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