Resumo
Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa que destaca novas contribuições e novas possibilidades ao ensino de história, especificamente ao ensino dos Surdos, utilizando o gênero toada como estratégia didático-pedagógica, visto que o Festival de Parintins (AM) se tornou um espaço de diálogo com diversos campos, não apenas cultural, mas também acadêmico. Para tanto, a pesquisa buscou trabalhar os conceitos históricos apresentados ao audiovisual da toada Pindorama, Pátria Tribal do Boi Bumbá Garantido (2017), que se constituiu a partir da materialização do processo tradutório realizado por meio de discussões com sujeitos Surdos no projeto de extensão no Centro de Estudos Superiores de Parintins da Universidade do Estado
do Amazonas (CESP-UEA). Este estudo tem como metodologia a pesquisa qualitativa (Costa; Souza; Lucena, 2015) de dimensão descritiva (Gil, 2008), em que se analisou os conceitos históricos e os recursos semióticos na produção da sinalização da toada. A base que fundamenta esta pesquisa tem como principais autores Verri; Alegro(2006), Abud (2013) e Medeiros (2018). A análise de dados se deu na proposta metodológica apresentada por Medeiros; Lemos e Fernandes (2015) que se constitui nas seguintes etapas: 1) Compreensão e internalização do texto–fonte; 2) Análise crítica pré-tradutória e 3) Materialização do processo tradutório. Como resultados, apontamos a possibilidade de produção de materiais bilíngues para o letramento do sujeito Surdo a partir das traduções do par linguístico Português-Libras nas toadas, assim como o incentivo a professores, intérpretes, pesquisadores e os Surdos a ingressarem nessa área que dialoga com diferentes campos de estudo da Cultura Surda.