BOAS PRÁTICAS DE ACESSIBILIDADE NA ÁREA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS
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Palavras-chave

Farmácia
Libras
Tradução de bula de medicamento

Resumo

A proposta deste trabalho que nasceu da pesquisa de mestrado de MENDES (2019), após, em parceria com o programa FarmaLibras em cooperação do Instituto Federal de Brasília, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com o apoio do Conselho Federal de Farmácia (CFF) e colaboração de profissionais surdos e ouvintes de diferentes áreas em todas as regiões do Brasil é alcançar um avanço com bulas e embalagens acessíveis para Surdos que permitam um uso racional e seguro dos medicamentos, autonomia e privacidade de pessoas surdas. A proposta da indústria farmacêutica nesse sentido é principalmente a disponibilização de tradução automática de bulas online por meio da tecnologia de avatares. Porém, essa tecnologia não consegue produzir um texto em Libras compreensível, entre outras razões por causa da presença de terminologia técnica da área médica e farmacêutica que não possui equivalentes em Libras e faz com que o sistema de tradução automática por avatar produza um texto com 50-75% de soletração manual. Os objetivos e a metodologia da nossa contraproposta são baseados em Mendes (2019) no sentido de (i) adequar as informações centrais, indicações e contraindicações contidas nas bulas e embalagens de medicamentos para a versão em Libras; (ii) propor medidas a longo prazo para que as indústrias farmacêuticas se adequem; (iii) garantir o acesso dos Surdos brasileiros às informações centrais de identificação e uso racional e seguro de medicamentos, em sua primeira língua, de forma contextualizada que se aproxime a Cultura Surda. A base teórica e metodológica é formada pela abordagem funcionalista (NORD, 2016) que sugere a análise funcional extra- e intratextual do texto de partida e a escolha de estratégias de tradução funcional que permitam alcançar os objetivos acima listados. As estratégias principais propostas por Mendes (2019) são o uso de paráfrases, classificadores e descrição imagética aliado à identificação visual dos produtos e uso de empréstimos de palavras chaves em títulos, etc. em casos de não haver terminologia técnica em Libras(ainda) para não apenas oferecer as informações centrais sobre o uso racional e seguro dos produtos de maneira clara e acessível, mas também para transmitir conhecimentos conceituais e estruturais básicos da área farmacêutica ao público alvo. Como resultado, em um primeiro encontro com um grupo de trabalho da agência reguladora responsável, houve interesse e receptividade para formular uma proposta nesse sentido não como regulamentação impositiva obrigatória, mas como exemplo de boas práticas a serem aderidas por indústrias engajadas e sensibilizadas para a necessidade de acessibilidade, levando a uma tendência natural de aumentar a acessibilidade de forma eficaz, gradual e economicamente viável.

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