ATUAÇÃO REMOTA DE INTÉRPRETES DE LIBRAS NO ENSINO SUPERIOR
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Palavras-chave

Intérprete Educacional; Ensino remoto; Visualidade; Tecnologia

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Resumo

Este trabalho apresenta um recorte de uma dissertação de mestrado em Educação Especial, realizada no Programa de Pós Graduação em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Com o contexto da pandemia de Covid-19, a atuação dos intérpretes educacionais passou por mudanças que vão além do ato interpretativo, pois o momento histórico exigiu novas práticas e conhecimentos diante para o trabalho remoto. Diante disso, esse trabalho tem como objetivo conhecer as práticas de intérpretes educacionais em contexto remoto, e compreender os aspectos de remodelagem do trabalho nesse formato para
os profissionais e para o aprender de alunos surdos por meio da interpretação em Libras. Para isso, os dados foram coletados por meio de: a) entrevistas com intérpretes educacionais e com uma aluna surda, e b) observação, com registro de campo, na sala de aula virtual de uma universidade do interior do estado de São Paulo. A análise dos dados foi realizada pela lente deleuziana em seu conceito de aprender e com autores dos Estudos Surdos em Educação, para discutir sobre a função pedagógica exercida pelo intérprete e suas novas práticas no contexto educacional remoto. Os resultados da pesquisa demonstram que, o formato remoto
no ensino superior, proporcionou ao intérprete práticas que evidenciam seu posicionamento de mestria ativa, a partir da utilização das funcionalidades das plataformas virtuais de forma criativa, como o registro de informações importantes, via chat, para o aprendizado do aluno, e a gravação de materiais interpretados e/ou traduzidos, com inúmeros recursos. Contudo, aumentaram-se também as demandas de trabalho, o que causou sobrecarga e, por conseguinte, sintomas físicos e mentais. Para a aluna surda, o formato remoto, de certo modo, distanciou as relações, limitando a criação de vínculos com professores e com colegas
ouvintes, pela falta do contato visual. Como conclusões, aponta-se que o ensino remoto foi desafiador para todos os envolvidos, ressaltou desigualdades sociais e escasso letramento digital. Por outro lado, nota-se a potencialização de práticas inovadoras por parte dos intérpretes, voltadas para o aprendizado de alunos surdos no ensino superior. Os profissionais, com suas estratégias, possibilitaram que uma plataforma que mantém a hegemonia das línguas orais, fosse utilizada para contribuir com o processo do aprender com signos de alunos surdos. Assim, é necessário o preparo das instituições de ensino superior e a ampliação da oferta de materiais em Libras, produzidos nessas plataformas, para alunos surdos, inclusive, para o formato presencial.

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