Resumo
Este estudo avaliou a qualidade de vida dos Tradutores e Intérpretes de Libras/Português (TILSP) durante o teletrabalho compulsório imposto pela pandemia de COVID-19. Pesquisa descritiva e exploratória de natureza quantitativa. A amostra foi constituída por 26 TILSP que desempenharam suas funções remotamente entre
2020 e 2021 no Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). Os dados foram coletados utilizando a Escala de Qualidade de Vida no Teletrabalho Compulsório, que aborda as atividades do teletrabalhador, gestão do teletrabalho, suporte tecnológico, condições físicas do trabalho e a sobrecarga decorrente do teletrabalho compulsório. O instrumento possui 34 perguntas fechadas e duas abertas. Os resultados revelaram
uma avaliação positiva em relação à gestão do teletrabalho e ao suporte tecnológico, destacando-se a cooperação entre colegas e a segurança dos sistemas. Entretanto, a dimensão condições físicas do Teletrabalho recebeu a menor avaliação, evidenciando problemas significativos no ambiente doméstico de trabalho dos
participantes, como a falta de móveis e espaço adequados. As dificuldades em conciliar o trabalho om as responsabilidades familiares foram amplamente mencionadas, refletindo a ausência de suporte institucional e de redes de apoio durante a pandemia. As respostas qualitativas corroboraram esses desafios, sublinhando a necessidade de melhores condições físicas e de um maior suporte institucional. Apesar das dificuldades, muitos TILSP valorizaram a flexibilidade de horários e a possibilidade de trabalhar de asa. A pesquisa também apontou um aumento na sobrecarga e nas expetativas, sugerindo a necessidade de estratégias para melhorar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, bem como para aprimorar as condições físicas do teletrabalho. Em suma, para aumentar a satisfação e a eficácia dos TILSP no ambiente remoto, é fundamental focar na melhoria das condições de trabalho e do suporte institucional.