Resumo
O projeto de extensão UFSCacessível busca garantir o direito à informação para a comunidade surda por meio de traduções audiovisuais acessíveis em Libras-português a fim de superar as barreiras comunicacionais enfrentadas por essa comunidade. Com cerca de 5 anos de atuação do projeto de extensão UFSCacessível, surge a necessidade de formar uma nova equipe com tradutores
surdos, estudantes do curso de Letras Libras Presencial e EaD, a fim de atuar na tradução e revisão de traduções de notícias e eventos de interesse da comunidade surda acadêmica. Corroborando com as pesquisas que abordam a importância da participação de surdos e ouvintes em equipes de tradução mistas (Alves, 2016; Ferreira, 2019), o projeto busca possibilitar uma formação por competências na área de tradução envolvendo o par linguístico Libras-português (Hurtado Albir, 2005; Rodrigues, 2018). Dessa forma, enquanto o projeto de extensão busca proporcionar acesso igualitário a conteúdos de interesse da comunidade surda acadêmica da UFSC, promovendo uma inclusão digital por meio da disseminação de traduções audiovisuais acessíveis, atua na formação de profissionais surdos como tradutores, em equipes de tradução multiprofissional, que por sua vez amplia as oportunidades de interação e participação na vida acadêmica e social dos discentes envolvidos com a extensão. Esta trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter descritivo do tipo documental, onde pretende-se apresentar o processo de inserção e formação de discentes surdos dos cursos de graduação em Letras Libras na UFSC em um projeto de extensão que atua com a tradução audiovisual acessíveis de notícias relacionadas ao ambiente acadêmico. O corpus apresentado por meio da técnica de decupagem será composto por relatos de experiência e documentos criados no âmbito do projeto, como imagens retiradas das mídias do projeto que demonstram o
processo tradutório e de formação dos alunos. Como resultados, podemos perceber que a integração em projetos de extensão que atuam com equipes de tradução mistas, possibilitam o desenvolvimento de diferentes competências tradutórias em sujeitos surdos, tais como as competências bilíngue, extralinguísticas, instrumental, além do desenvolvimento das subcompetências psicofisiológicas. Assim, podemos concluir que é de suma importância para a formação de tradutores e revisores surdos a inserção desses alunos em projetos de tradução audiovisual acessível, como o projeto UFSCacessível, que atuam com equipe de tradução mistas, de forma que enquanto desenvolvem suas habilidades e competências tradutórias, eles têm a possibilidade de atuar na luta pelo respeito aos direitos linguísticos dos surdos por uma sociedade mais equânime, fortalecendo assim a igualdade de acesso à informação no âmbito
universitário.