LINGUÍSTICA COGNITIVA E CONSTRUÇÕES CORPÓREAS NAS NARRATIVAS INFANTIS EM LIBRAS
pdf

Palavras-chave

Linguística Cognitiva
Tradução e Interpretação de Libras
Contos Infantis em Libras.

Resumo

Motivada pela expressiva demanda de vagas para TILS nos anos iniciais do Ensino Fundamental, na cidade de Itajaí-SC, o presente estudo levantou a necessidade de formação complementar destes profissionais para atuar na especificidade de tradução e interpretação para crianças surdas. A questão que motiva nosso estudo é saber: “como podemos usar teorias linguísticas que considerem as peculiaridades cognitiva e corpórea para descrever e explicar os elementos produzidos nas narrativas infantis sinalizadas?”. A presente pesquisa objetiva identificar produções sinalizadas que explorem a corporeidade em narrativas infantis. Se propõe a explorar teorias linguísticas pertinentes aos estudos cognitivos corporificados que possam relacionar-se aos aspectos construtivos da língua de sinais. O caminho metodológico é de natureza qualitativa. A relevância do estudo foi definida a partiu da análise de 16 vídeos produzidos por estudantes e profissionais da área de tradução e interpretação de Libras. Estes participantes contribuíram sinalizando clássicos da literatura infantil. Estes vídeos foram analisados por dois professores bilíngues surdos nativos, que identificaram aspectos a serem estudados partindo da premissa de que o público alvo são crianças surdas, de cultura visual e que buscam toda uma gama de compreensão de sentidos no espaço visual, coerente com o imaginário e afinidade comunicativa infantis. De todo o material analisado, dois vídeos foram selecionados para representarem estes aspectos, sendo utilizados no texto que expõe a motivação. Posteriormente, estas mesmas duas narrativas foram reproduzidas por um narrador-ator surdo. A análise do discurso de sua contribuição produziu propostas de construções sintático-semânticas que revelaram o cunho visual, imagético e corporificado da língua de sinais, longe da composição gramático-estruturalista, mas coerente com o postulado defendido pela Linguística Cognitiva. De nossas análises emergiu uma perspectiva que denominamos Gramática de Construções Visuo-Corpórea.

pdf