Resumo
Considerando o atual cenário educacional, que tem como pano de fundo um crescente aumento das discussões sobre língua, linguagem e legislação, na relação com o atendimento escolar do aluno surdo, este artigo teve como objetivo analisar a visão de Tradutores Intérpretes de Língua de Sinais/Português sobre os desafios e demandas profissionais quando atendem alunos do Ensino Fundamental II, matriculados na rede regular de ensino. Sobre o método, realizamos uma pesquisa qualitativa, na qual a entrevista foi o eixo do procedimento de coleta. Sobre os sujeitos, participaram do nosso estudo 10 TILSP que atuam no município de Boa Vista/RR. Quanto aos resultados, observamos um consenso sobre a responsabilidade de garantir acessibilidade linguística aos alunos surdos; questões relacionadas a visão sobre o seu trabalho com o indivíduo surdo, que oscila entre o atendimento de um direito social adquirido e noções de “ajuda” (caritativo); e mais, um reconhecimento das dificuldades e necessidades de formação continuada específica em cursos de graduação ou especialização que venham dar mais recursos e fundamentação as suas práticas. Ainda que percebam que a formação não se dá apenas em processos educativos formais, tão pouco é estática; eles valorizam que a prática também é formativa, visto que os levam a pensar sobre os processos de interpretação e tradução nas condições sociohistóricas nas quais estão inseridos.