Resumo
O pressente trabalho propõe apresentar os avanços e os resultados preliminares de nossa pesquisa de mestrado, bem como refletir criticamente a versão para Libras, de nossa autoria, dos espetáculos “Tradução Viva – Contos Africanos” realizados nos dias 20 a 22 de novembro de 2014 na FUNART Brasília e 25 e 26 de outubro de 2015 no SESC Ceilândia. Nossa abordagem se ancora em questões discursivas e cênicas propondo a visibilidade do tradutor e sua presença em cena, e a não-naturalização do encontro poético-etnográfico das línguas Bambara, Ioruba, Português e Libras. Para tanto, faremos algumas discussões iniciais acerca do multilinguísmo, dos aspectos culturais e religiosos que influenciaram a Libras, e da mudança ou não de paradigma para acomodar a alteridade de uma narrativa que é diretamente influenciada pela cosmogonia de origem africana e de tradição oral (não escrita), e com concepção de mundo que difere da tradição euro-judaica-cristã. Abordaremos ainda o ser tradu-ator (BARROS, 2015) em espaço cênico, pontuando o corpo em cena, postura, habilidades específicas, discussão com o corpo teatral (diretor/a, iluminador/a, produtor/a, ator/atriz e etc.) e o fazer poético-tradutório (MESCHONNIC, 2010) diante destas questões envolvidas.