INTERPRETAÇÃO COMUNITÁRIA:
pdf

Palavras-chave

interpretação de língua de sinais
interpretação comunitária
Atuação do TILS

Resumo

Diante do panorama histórico atual, com o estabelecimento de leis que garantam a acessibilidade, há um avanço na atuação dos Tradutores-Intérpretes de Libras/Língua Portuguesa no serviço público na cidade de São Paulo, onde atentamos para a necessidade de arranjos que permitam um melhor atendimento ao público Surdo. O presente trabalho tem como objetivo analisar e consolidar os processos de tradução-interpretação, especificamente junto ao sujeito Surdo em seu contexto histórico-social na área judiciária, detentora de terminologia especializada e de formalidade nos procedimentos. O trabalho proposto é baseado em 2 anos de atividades realizadas na 1a Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência, do estado de São Paulo. Este órgão conta com equipe policial e equipe multidisciplinar, através do Centro de Apoio onde é disponibilizado o serviço de tradução e interpretação de Libras/LP, Assistentes Sociais, Psicólogas e Socióloga. As questões que norteiam este estudo são: quais as prioridades no atendimento e nos processos de tradução-interpretação nesse contexto? Quais práticas são relevantes para o exercício da profissão? Quais critérios éticos devem prevalecer? Trata-se de refletir sobre as disciplinas científicas da área, sobre as práticas interpretativas e sobre as práticas ouvintistas, descontruindo e (re)construindo um modelo de abordagem que favoreça ao Surdo a compreensão e o conhecimento sobre o assunto/problema/demanda, de acordo com suas necessidades culturais. Com base nos estudos de POCHHAKER, apreender dois sistemas culturais e atuar em um processo de interpretação com base no conhecimento de mundo do sujeito Surdo e do contexto de interação em si, priorizando as necessidades culturais do contexto alvo. Nesse cenário é vital o conhecimento sobre a Cultura Surda (conceito e concepções), o prestígio e valorização da Língua de Sinais e o respeito à identidade do sujeito Surdo, conectada ou não a outro critério: a diversidade (linguística, gênero, orientação sexual, etnia e classe social). Contracenar com a interpretação priorizando um processo de interação social e não o protagonismo do processamento cognitivo ou de linguagem. Desenvolvendo procedimentos como a acolhida, a observação sensível e seus devidos registros, inexistentes até então, que visam valorizar o campo da prática, denotando a responsabilidade social do tradutor intérprete junto à instituição pública e a comunidade surda, como parte das interações e não como aquele pode levar à exclusão social do surdo.

pdf