Resumo
Este trabalho tem o objetivo de discutir o conceito de qualidade na interpretação simultânea da Língua de Sinais/ Língua Oral no Brasil e em Portugal, com base na perspectiva de usuários Surdos e de Intérpretes de Língua de Sinais, profissionais. O conceito de qualidade na interpretação simultânea vêm sendo desenvolvidas a alguns anos (Kahane 2001; Kellett Bidoli 2002; Shlesinger et al., 1997, Pöchhacker 2002), com base em diferentes perspectivas (Gile 1991), sendo levantado por alguns autores como um conceito subjetivo. As pesquisas sobre esta temática relacionada a Língua de Sinais é ainda mais recente e escassa, como aponta a pesquisa de Wit e Sluis (2014). Neste sentido, a proposta desta pesquisa deu-se através de uma entrevista semi-estruturada, com perguntas abertas e fechadas com os Lideres Surdos e com Intérpretes de Língua de Sinais profissionais em ambos países. Embora os países, Brasil e Portugal, estejam geograficamente distantes e tenham comunidades Surdas e de Intérpretes culturalmente distintas, algumas questões convergiram. Pelos lideres Surdos: afinidade no momento da escolha do profissional; anseio pela fidelidade lexical; julgamento negativo sobre as estratégias utilizadas pelos intérpretes; desconhecimento da relevância da formação específica em detrimento à “expertese” do profissional. Pelos intérpretes: expectativa da qualidade esperada pelo público alvo; receio pelo julgamento do público alvo sobre a interpretação; desconhecimento sobre suas atribuições por parte dos envolvidos; Desta forma, concluímos então que por mais que a comunidade surda e a comunidade de profissionais sejam diferentes a necessidade de conhecer as demandas que influenciam o evento interpretativo é necessário para entendermos o que envolve a qualidade da interpretação simultânea de Língua de Sinais e de que forma podermos julgá-la.