Distribuição dos descritores visuais na representação de termos relacionados a legumes
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Palavras-chave

Descritores visuais
Corpus-based
Variação linguística

Categorias

Resumo

Quando desconhecemos termos específicos de uma língua, recorremos a estratégias de expressão para preencher essa lacuna comunicacional. Em línguas de sinais, uma dessas estratégias é o uso de “descritores visuais” (DV), também conhecidos como classificadores, que são estruturas manuais menos convencionalizadas que os sinais. Com o tempo, alguns descritores se incorporam ao léxico, tornando-se parte do vocabulário da língua, embora ainda mantenham características de uso imediato e estratégico. Este estudo tem como objetivo investigar a distribuição dos descritores visuais entre os falantes, considerando faixa etária, grau de convencionalização e tipo de descritor visual utilizado. A pesquisa utilizou registros de vocabulário da categoria
Legumes do Corpus da Libras (UFSC e UFAL), escolhida pela baixa padronização dos termos. Foram analisados vídeos de 39 participantes, divididos em três grupos: 11 de 19 a 29 anos, 13 de 30 a 49 anos e 15 com 50 anos ou mais. Cada participante nomeou 10 itens da categoria, totalizando 390 registros. Os descritores visuais foram
comparados com exemplos do spreadthesign.com e do Signbank da UFSC, e classificados em cinco categorias: i) forma e tamanho; ii) manipulação; iii) parte do corpo; iv) entidade; e v) item lexical consolidado. Foram registradas 84 ausências (21,5%), principalmente no grupo 3 (52,3%), seguidos pelo grupo 1 (29,7%) e grupo 2
(17,7%). A datilologia foi usada em 10,26% dos casos. Os sinais mais parecidos com as referências foram cebola (73,5%), cenoura (65,7%), tomate (61,1%) e batata (56,7%). Os grupos mostraram uma variação na proximidade com o dicionário: grupo 1 (37,6%), grupo 2 (43,5%) e grupo 3 (18,8%). O DV de forma e tamanho foi o menos
utilizado, mas mais presente nos registros que diferem do dicionário, enquanto os DV de manipulação e itens lexicais consolidados foram mais frequentes. Não houve uso de DV de partes do corpo ou entidade. Embora os dados não permitam uma análise diacrônica, há indícios de maior padronização entre os mais jovens, sugerindo que os DVs tendem a se consolidar ao longo do tempo. Contudo, muitos termos da categoria Legumes não estão totalmente consolidados, possivelmente pela conveniência de uso dos DVs em situações de comunicação. O maior uso de DV de forma e tamanho em registros não padronizados indica uma tentativa de tornar a mensagem mais clara. Itens lexicais consolidados, como cores ou associações com animais, complementam os descritores visuais para maior precisão.

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