Resumo
A pesquisa de Santos (2021) analisou traços de natureza não manual como propriedades de eventualidades na Língua Brasileira de Sinais – Libras. Partindo das noções sobre o aspecto e as classes acionais nas línguas de sinais (FINAU, 2004; BRITO, 2010; LESSA-DE-OLIVEIRA, 2019; SIMONASSI E SANCHEZ-MENDES, 2020) admitimos que a coocorrência de atividades da face inferior (boca, bochechas e queixo) e da articulação manual exprime a natureza do esquema temporal de eventualidades. A Hipótese de Visibilidade do Evento (WILBUR, 2003, 2008) norteia a análise, considerando que aspectos semânticos da estrutura do evento são visíveis na forma fonológica do sinal predicador. Essa pesquisa aferiu uma correspondência fonológica entre traços do movimento manual e traços de boca, em que atividades manuais e não manuais são coordenadas para a leitura de propriedades temporais, o que é possível em uma língua que se vale de articuladores distintos para a sua expressão.