AS DIFERENÇAS DE INCORPORAÇÃO DE NUMERAIAS ENTRE SURDOS PERNAMBUCANOS E PARANAENSES EM LIBRAS
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Palavras-chave

Incorporação de numeral
Libras
surdos

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Resumo

A incorporação do numeral na língua de sinais consiste na alteração da configuração de mão de alguns sinais para expressar quantidade em relação a tempo, ordem e dinheiro por uma das empregadas nos numerais cardinais.Por exemplo, o sinal REAL pode ser realizado como DOIS-REAL, TRÊS-REAL e assim por diante. O objetivo desta pesquisa é analisar a incorporação de numeral em diferentes variedades da Língua Brasileira de Sinais (Libras): a(s) empregada(s) nos estados de Pernambuco e Paraná. Exatamente, objetiva-se verificar se há diferenças em relação (1) aos sinais que podem sofrer incorporação e (2) ao numeral até o qual um dado sinal pode incorporar. Para atingir a esse objetivo, eu desenvolvi um protocolo de eliciação por meio de uso de slides com imagens. Com isso, eliciei a incorporação de numerais nos sinais ANO, MÊS, SEMANA, DIA, DURAÇÃO-EM-HORAS, HORA, VEZ, ORDINAL, SÉRIE-ESCOLAR e REAL da Libras de oito surdos, sendo dois casais pernambucanos e dois casais paranaenses. Nesta apresentação, apresentarei mais detalhadamente esse protocolo bem como os resultados obtidos em meus entrevistados. Os resultados mostram variação relacionada ao sinal (se incorporam ou não), bem como em relação ao numeral até o qual a incorporação foi observada na produção de um mesmo sinal por diferentes sujeitos (variação intersujeito) ou por um mesmo sinalizante (variação intra-sujeito).Como resultados obtidos, percebi que há variação no sinal de REAL nas variedades aqui analisadas. Nas produções de dois surdos pernambucanos a incorporação de numeral
nesse sinal pode se dar até o nove. Entretanto, na variedade curitibana, esse processo ocorre até o numeral quatro. O inverso se dá com o sinal DIA, os autores tenham reportado ser possível ocorrer incorporação de numeral nesse sinal até o numeral nove, ele não foi atestado nas produções de nenhum dos sinalizantes do Paraná, mas somente nas de dois do Pernambuco. Os dois surdos paranaenses apresentaram incorporação nesse sinal até o numeral sete, enquanto a surda curitibana reportou ser possível esse processo ocorrer até o
numeral cinco. Por fim, o presente estudo também documentou a ocorrência de variação fonológica e lexical na produção dos sinais analisados. De maneira geral, não pude, no entanto, encontrar variação que possa decorrer das diferentes regiões brasileiras aqui consideradas.

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