Resumo
Este artigo aborda o ensino de Língua Brasileira de Sinais (Libras) como segunda língua (L2) para estudantes indígenas Parakanã do curso de Magistério indígena do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, campus Rural de Marabá. A pesquisa surge no contexto da institucionalização da Libras como componente curricular obrigatório nos cursos de formação de professores, fonoaudiologia e educação especial, após a promulgação da Lei 10.436/2002 e sua regulamentação pelo Decreto 5.626/2005. O objetivo geral da investigação é problematizar o ensino de Libras como L2 para estudantes indígenas Parakanã. Os
objetivos específicos incluem: mapear as metodologias utilizadas no ensino de Libras como segunda língua, proporcionar formação em Libras para estudantes Parakanã, compreender os desafios de estruturar e aplicar o ensino de Libras para povos indígenas, produzir recursos didáticos específicos e refletir sobre o uso da língua portuguesa na mediação comunicativa nesse contexto. A problemática central do estudo questiona: diante das práticas de ensino de Libras tradicionalmente estabelecidas como L2 para o público urbano, quais são os desafios em estruturar e aplicar metodologicamente o ensino de Libras na Educação Escolar Indígena,
especificamente para Povos Indígenas Parakanã do sudeste do Pará, que estão em processo de aprendizagem da língua portuguesa? Metodologicamente, trata-se de uma Pesquisa Participante com abordagem qualitativa, desenvolvida em cinco etapas. O referencial teórico-metodológico baseia-se em discussões sobre o ensino de Libras como segunda língua, ancorado em contribuições de Gesser (2012), Bernardino et al. (2018), Menezes et al. (2023), entre outros. A pesquisa justifica-se pela escassez de investigações sobre metodologias para
o ensino de língua de sinais como L2, conforme apontado por Gesser (2010). Os principais resultados indicam a necessidade de fomentar investigações sobre metodologias interculturais de ensino de Libras para estudantes indígenas. Conclui-se que elaborar e aplicar o ensino de Libras em contextos interculturais, especificamente para povos indígenas, é uma tarefa desafiadora para o docente. O estudo enfatiza a importância de considerar as realidades discentes em sua integralidade, promovendo um ensino significativo e pautado na vivência dessas populações, reconhecendo que o ensino de línguas envolve não apenas aspectos linguísticos, mas também culturais e contextuais.