Resumo
O presente trabalho propõe apresentar uma breve contextualização do uso da performance corporal em conformidade com o desenvolvimento da linguagem do Surdo frente à sua comunicação influenciada pela língua de sinais. No entanto, observamos que a utilização do corpo abrange dimensões que vem a instituir uma comunicação. Estes dois elementos são referências imprescindíveis no processo de construção da compreensão sobre os sujeitos surdos no Brasil e a relação que as comunidades surdas brasileiras, historicamente, têm com as comunidades ribeirinhas. Considerando que estas utilizam da performance oral para transmitir seus legados de geração a geração, o que remete à máxima de que as produções históricas, possivelmente interferem diretamente no percurso de construção da formação das comunidades surdas, bem como de outras comunidades no Brasil. Assim, esta comunicação é resultado das reflexões realizadas na disciplina Oralidade, Tradição Oral e Literatura Oral, ministrada no Programa de Pós-graduação em Letras: Linguagem e Identidade da Universidade Federal do Acre – PPGLI/UFAC, em que tem por objetivo discorrer sobre diferentes estudos relacionados às temáticas concernentes na Amazônia e aos povos que aqui habitam. Nesse sentido, buscamos refletir sobre as seguintes questões, em uma abordagem bibliográfica, cujo os resultados preliminares, estão focados neste trabalho: Qual a importância do uso da performance corporal para a comunidade surda durante os processos históricos, políticos e culturais que influenciam/influenciaram a formação social dos surdos? Quais as relações linguísticas entre a performance corporal e a memória? Alguns desses resultados preliminares, cuja base de investigação foram os questionamentos mencionados, mostram que, embora as comunidades surdas no Brasil tenham formação sócio histórica específica, permeadas por línguas específicas (Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS e suas variedades), elas se assemelham, dentre outros aspectos. Todavia para a Libras é de suma importância o uso da performance corporal nos eixos sociais por serem espaços multilinguísticos invisibilizados por políticas linguísticas homogeneizadoras que consideram apenas, a performance oral como meio de comunicação entre os brasileiros intitulando o português como língua nacional.