Resumo
Atualmente, as línguas de sinais têm sido consideradas, pela linguística, como línguas naturais ou, pelo menos, como sistemas legítimos e não mais como um problema do surdo ou uma patologia da linguagem. Diversas são as pesquisas que têm focalizado os estudos conversacionais nas línguas orais, mas ainda são restritos os que se referem à modalidade gesto-visual, reclamando um investimento científico acadêmico nessas línguas. Os estudos da conversação em línguas de sinais ainda são incipientes, no entanto tem aumentado, gradativamente nos espaços acadêmicos trabalhos que buscam descrever a complexidade da estrutura interacional em Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. Portanto, visando contribuir com os estudos conversacionais em língua de sinais é que a presente pesquisa tem por objetivo analisar e descrever a realização dos turnos assimétricos em LIBRAS. Considerando que a LIBRAS é uma língua natural e capaz de expressar qualquer conteúdo, possibilitando a interação entre seus usuários, é que iremos checar de que forma são feitas as contribuições para a manutenção do turno assimétrico. Para a análise dos dados, adotamos como referencial teórico os pressupostos da Análise da Conversação (AC). A dimensão metodológica será desenvolvida considerando os aspectos da abordagem descritiva, visando explicar os elementos linguísticos dispostos pela LIBRAS. Concluímos que a LIBRAS dispõe de elementos linguísticos que contribuem para a manutenção do turno assimétrico.