OS “NOMES DAS DISCIPLINAS” DO BACHARELADO EM LETRAS LIBRAS DA UFSC: UMA REFLEXÃO À LUZ DA TEORIA SEMIÓTICA DE PEIRCE

Resumo

O ato e o processo de nomeação das coisas possuem relação com a significação que damos a elas a partir das experiências que vivemos do contato com o mundo. A significação e experiências são individuais. A reflexão acerca do signo que a semiótica de Peirce (1931-58/2010) traz, contribui para compreendermos as escolhas de um léxico no modo como nos expressamos e denominamos as coisas. Tal ponto gera discussões para diferentes temas de pesquisa e amplia nosso olhar para nós mesmos a partir da forma que experimentamos e vivenciamos os signos. O presente trabalho se interessa em refletir sobre essa relação de significação a partir do levantamento dos sinais para os “nomes das disciplinas” curriculares do bacharelado em Letras Libras da UFSC, na modalidade presencial, produzidos pelos alunos ingressos e prováveis formandos de 2016.1. Os objetivos são apresentar uma reflexão acerca do signo tricotômico da teoria semiótica de Peirce, fazendo uma relação entre o objeto, o signo e o interpretante com a disciplina enquanto matéria curricular, o nome da disciplina em Língua Portuguesa e o sinal produzido em Libras da disciplina, respectivamente. O trabalho é um estudo de caso, tendo por definição a unidade-caso o curso de Bacharelado em Letras Libras da UFSC, na modalidade presencial de oferta do curso. A abordagem é quali- quantitativa, de natureza aplicada. A coleta dos dados foi realizada por meio de gravações com os informantes da pesquisa. Para apresentação dos resultados optou-se pela regravação dos dados coletados, sendo, portanto, exibida a imagem da pesquisadora reproduzindo os sinais levantados. Essas imagens estão organizadas em quadros que também apresentam o link para acesso ao vídeo e a transcrição em SignWritting. A partir da análise dos dados, identificou-se duas categorias de produção dos sinais, a saber: sinais improvisados e sinais convencionados, uma vez que cada informante da pesquisa é um indivíduo único que, no entanto, possuí, possivelmente, algum tipo de relação ou aproximação de experiências, o que possibilitou agrupar em categorias os sinais produzidos. Entendendo que a atual proposta curricular do Letras Libras recebe alunos que não têm conhecimento da Língua de Sinais, para esta pesquisa não foram levadas em consideração questões como a fluência e proficiência da Libras. Nesse sentido, entende-se a importância que a experiência de mundo exerce sob as significações que neste trabalho podem ser observadas por meio dos “nomes” em Libras para as disciplinas curriculares do Bacharelado em Letras Libras à luz da relação triádica do signo em semiótica. A presente pesquisa é um recorte de Trabalho de Conclusão de Curso da autora.